sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Qualificações do Presbítero Parte I



1 Timóteo 3:2- Ele deve ser "irrepreensível"
Considerações:
1.O apóstolo Paulo inicia esta lista de qualificações para o ofício de bispo com uma exigência geral, seguida de áreas específicas nas quais o bispo tem de ser irrepreensível. Na Bíblia, a palavra "bispo" se refere tanto a presbíteros regentes quanto docentes. Em outras palavras, as qualificações presentes em 1 Timóteo 3.2-7 se aplicam tanto aos ministros da Palavra como também aos outros presbíteros que pastoreiam o rebanho sob seus cuidados. A palavra "precisa" ("é necessário") significa que estas qualificações são essenciais. Elas não são simples orientações úteis. Todas estas qualificações são obrigatórias. Elas consistem em exigências que Deus preparou para o ofício do presbítero na Sua igreja. Nenhum homem pode ser um presbítero na igreja de Deus a menos que ele reúna todas estas qualificações. Nós admitimos que Cristo é o rei da igreja. Isto quer dizer que as regras para a igreja, que Cristo determina na Sua Palavra, precisam ser seguidas. É missão da igreja manter homens indignos afastados do ofício de presbíteros docentes e regentes. Caso um homem já envolvido com o ministério se apresente despreparado para o cargo que ocupa, a igreja precisa agir com diligência para afastá-lo do ministério. Assim procedendo, a igreja vai defender a honra de Cristo e garantir que a igreja esteja edificada na direção de uma paz maior, pureza e unidade.
2.Por "irrepreensível", a Bíblia não quer dizer que um homem precisa ser "sem pecado" a fim de se tornar um bispo na igreja de Deus. Alguém irrepreensível é alguém que não possa ser repreendido. Ninguém deve ser capaz de fazer uma acusação a um bispo e de poder mantê-la. Ser irrepreensível não significa ser capaz de evitar acusação ou persuasão. Antes, um homem é irrepreensível ou acima de qualquer reprovação se suas palavras e sua conduta obedecem aos mandamentos sagrados de Deus na Bíblia, de modo que ele não possa ser justamente acusado ou condenado por qualquer pecado.
3.A Bíblia diz que Jó era "sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal" (Jó 1.1). O povo de Deus deve ser capaz de dizer isto sobre todo presbítero da igreja. A reputação do bispo deve estar acima de qualquer suspeita. Ninguém deve ser capaz de dominá-lo, ofendê-lo ou censurá-lo por causa de seus pecados, seja em discursos, conduta ou doutrina. Todo cristão peca até o dia em que ele deixa este corpo pecador pela morte. Pecados habituais, que são comuns a todos os homens, não trazem condenação e culpa a uma pessoa em relação às outras, pois todos são culpados pelos mesmos pecados. Um bispo necessita de ter e de manter uma boa reputação. Não pode haver dúvida quanto à integridade ou à correção de seu caráter.
4.João Calvino explica isto da seguinte forma: Um presbítero "não deve ser estigmatizado por qualquer desonra que vier a reduzir a sua autoridade. Não se encontrará, decerto, um homem que esteja imune a todo e qualquer erro, mas uma coisa é ser responsabilizado por faltas ordinárias, que não mancham a reputação de um homem, pois a maioria dos homens nobres as compartilham, e outra bem diferente é ter uma reputação marcada pela infâmia e manchada por alguma desonra ultrajante. Portanto, para que os bispos não careçam de autoridade, ele [o apóstolo Paulo] exige que aqueles que forem escolhidos possuam boa e honrada reputação, e estejam isentos de qualquer falha excepcional. Da mesma forma, ele não está instruindo Timóteo em relação ao tipo de homens que ele deve escolher, mas está lembrando a todos os que aspiram ao ministério que eles devem examinar com cuidado as suas próprias vidas" (Comentário sobre 1 Timóteo 3.2).
·Conclusões:
·Na Igreja de Cristo ninguém tem autonomia para se autonomear. Presbítero, pois todos, sem exceção, precisam ser vocacionados por Deus para estes ofícios (Hb 5.4). "As únicas pessoas que têm o direito de ser ouvidas são aquelas a quem Deus enviou e que falam a palavra de Sua boca. Portanto, para qualquer homem exercer autoridade, duas coisas são requeridas: o chamamento [divino] e o desempenho fiel do ofício por parte daquele que foi chamado.
·O Antigo Testamento emprega a palavra no sentido literal, de mais velho. (Gn 18.11; 19.4; 43.33; 1Sm 2.22; Sl 71.18; Is 20.4) e, também, referindo-se aos anciãos do povo e anciãos de Israel que algumas vezes representavam concílios locais ., os quais tiveram grande relevância na vida de Israel, participando inclusive da administração pública (veja Ex 3.16; 4.29; 12.21; Dt 16.18; 21.2ss; 22.15; Js 20.4; Rt 4.2; 1Sm 4.3; 8.4; 30.26; Ed 5.9ss; 6.7; 10.14; Jr 29.1; Ez 14.1; 20.1).
·Todo ministro da Palavra e todo presbítero têm de ser homens de personalidade e integridade maduras diante de Deus e dos homens. Ou seja, irrepreensíveis.
·Somente um homem de tal maturidade, caráter e integridade pode ser um bom exemplo para aqueles sob seus cuidados na palavra, na conduta, no amor, no espírito e na pureza (veja 1 Timóteo 5.12).
·Qualquer homem que carregue uma mancha em seu caráter, ou que não vivencie uma vida consistente e de entrega a Deus, não reúne esta qualificação e não está capacitado para ser um presbítero.
·Um homem no ministério de presbítero cujo caráter e reputação não estão acima da acusação, ou cuja autoridade é questionada por um padrão reincidente de atitude pecaminosa em sua vida, deve ser afastado do ministério.

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